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Ondas avançam e causam cenas de pavor entre moradores em Florianópolis

Ondas avançam e causam cenas de pavor entre moradores em Florianópolis
Eduardo Zmievski / Unplsah
Resumo
Ondas com altura superior a um metro tomaram conta da Praia dos Ingleses, em Florianópolis, no Norte da ilha, durante a madrugada desta terça-feira (7). O avanço do mar trouxe destruição para quem vive e trabalha na orla: muros foram derrubados, postes desabaram e pelo menos 12 imóveis foram invadidos pela água. O episódio, marcado por cenas de medo e correria, ocorre justamente numa região que passou por obras de alargamento em 2023.

Os estragos provocados pela força do mar na Praia dos Ingleses geraram um clima de apreensão entre moradores, comerciantes e trabalhadores locais. Nessas horas, fica difícil não imaginar o impacto na vida de quem depende desse cenário paradisíaco — seja para morar, empreender ou simplesmente aproveitar dias tranquilos à beira-mar. O episódio de Florianópolis evidencia como fenômenos naturais desafiam a relação entre as cidades e o litoral, e convida todos a refletirem sobre resiliência e adaptação em um mundo onde extremos climáticos já fazem parte do cotidiano.

Maré alta surpreende e assusta moradores em Florianópolis

Na calada da madrugada, moradores da Praia dos Ingleses acordaram com o som das ondas batendo com uma força que muitos jamais haviam testemunhado. De acordo com órgãos municipais, o mar avançou quase 1,5 metro sobre a faixa de areia, alcançando casas, pousadas e estabelecimentos à beira-mar. Ao todo, cinco postes de iluminação vieram abaixo, e a correnteza arrastou pedaços de concreto, ferragens e outros resíduos.

Para Hernâni Guinter Júnior, empresário e morador do bairro há duas décadas, o drama foi inédito. “A gente vê o mar devolvendo a areia há dias, mas essa noite foi diferente, veio com uma agressividade impressionante”, relatou, ainda abalado. O maior temor? O prejuízo em plena véspera de temporada, quando o movimento turístico começa a aquecer e muitos negócios dependem desse fluxo.

Pânico, evacuação e prejuízos à beira-mar

A situação ficou ainda mais tensa quando condomínios começaram a ser evacuados às pressas. Registros locais mostram muros arrancados pela raiz, água invadindo imóveis e moradores precisando deixar o que podiam para trás. Para Diego Foitzik, síndico de um dos edifícios atingidos, a ordem foi clara: “A prioridade foi orientar todo mundo a sair de casa e buscar um local seguro. Se a maré subisse mais, ninguém saberia o que esperar”.

Quem chegava cedo ao trabalho também se deparou com cenas devastadoras. Regina Isabel Santos, diarista, encontrada diante de uma casa de aluguel completamente alagada, desabafou: “Eu entrei em pânico, nunca imaginei passar por isso aqui. E pensar que os hóspedes chegariam amanhã.”

Defesa Civil acompanha e alerta para riscos contínuos

Segundo a Defesa Civil de Florianópolis, a equipe já monitorava possíveis ressacas há pelo menos três semanas devido à combinação de ventos fortes e áreas de baixa pressão no litoral catarinense — um cenário típico quando o clima sai do controle. O órgão permanece em alerta, orientando população e comerciantes sobre o risco de novos episódios enquanto a instabilidade persiste. Felizmente, a previsão é de trégua, com redução gradual da agitação do mar nos próximos dias, mas a recomendação é permanecer atento.

Pós-alargamento e cobranças da comunidade

Um tema que reforçou a inquietação dos moradores foi o alargamento da Praia dos Ingleses, realizado no ano anterior. Muitos questionam se as mudanças feitas no litoral podem ter influenciado o comportamento das ondas nessa parte da orla. A presidente da associação de moradores, Dany Novaes, defende uma investigação séria: “Queremos saber se o alargamento acelerou ou agravou esse fenômeno, e se é preciso rever alguma intervenção no local”.

O setor técnico da prefeitura está avaliando não só os estragos, mas novas soluções para enfrentar a erosão costeira e garantir segurança para a comunidade. Por enquanto, donos de imóveis já começaram a ser notificados para remover destroços e assegurar a limpeza da praia, enquanto engenheiros analisam o alcance e consequências do desastre.

O futuro das cidades litorâneas diante do avanço do mar

A cada episódio como esse, cresce o debate sobre a preparação das cidades para os desafios do clima. Especialmente em regiões tão turísticas quanto Florianópolis, a disputa entre as forças naturais e o avanço urbano exige cada vez mais atenção, responsabilidade e adaptação. Para a população local, fica o alerta: resiliência é palavra de ordem — e a necessidade de políticas públicas realmente eficazes nunca esteve tão evidente.

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