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USP encerra parceria acadêmica com universidade israelense de Haifa

USP encerra parceria acadêmica com universidade israelense de Haifa
Imagem: Unsplash
Resumo
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP decidiu encerrar antecipadamente o convênio acadêmico com a Universidade de Haifa, em Israel, após intensidade nos protestos de estudantes e professores contra a cooperação. A decisão foi motivada pelo contexto do conflito na Faixa de Gaza e pelas críticas internacionais sobre ações do Estado de Israel nos territórios palestinos, refletindo discussões éticas cada vez mais presentes nas universidades brasileiras.

O rompimento da parceria entre a FFLCH-USP e a Universidade de Haifa, originalmente previsto até maio de 2026, marca um momento de posicionamento forte diante do cenário internacional. Ao longo dos últimos meses, estudantes e professores se articularam em protestos, levantando debates acalorados sobre o papel das instituições acadêmicas em contextos de conflito e defesa dos direitos humanos. O tema mobilizou não só a comunidade universitária, mas reacendeu, no Brasil, discussões sobre responsabilidade ética e solidariedade internacional.

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USP encerra parceria: decisão baseada em ética e direitos humanos

A decisão do conselho da FFLCH-USP foi tomada em assembleia, onde a maioria dos 54 votantes optou por encerrar a colaboração com a universidade israelense. Esse movimento vem na esteira de críticas globais sobre a ação militar israelense em Gaza e na Cisjordânia, especialmente após intensificação das hostilidades desde os ataques do Hamas a civis israelenses.

Estudantes organizaram ocupações, atos públicos e uma série de mobilizações desde o início dos bombardeios, pressionando a universidade a rever sua postura diante das denúncias de violação de direitos humanos na região. Em nota, representantes do movimento estudantil celebraram a decisão como “um passo histórico”, defendendo que o compromisso ético da universidade pública não pode ser relativizado nem cúmplice de políticas de opressão.

Papel das universidades diante do conflito no Oriente Médio

A polêmica em torno do convênio com a Universidade de Haifa não é um caso isolado. Outras importantes instituições brasileiras, como a Unicamp, UFF e UFC, já haviam tomado medidas semelhantes. O tema expõe as tensões sobre até que ponto acordos acadêmicos podem ou devem ser mantidos diante de cenários geopolíticos marcados por crises humanitárias e violações de direitos internacionais.

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A ação militar de Israel continua recebendo condenações de países membros da ONU e de organizações internacionais. O governo brasileiro, por sua vez, também vocalizou críticas quanto à escalada da violência e ao alto número de vítimas civis entre os palestinos, agravando ainda mais o debate sobre responsabilidade social e institucional.

Estudantes e professores unidos por uma universidade responsável

Ao lado da rejeição ao convênio, as manifestações apontam para a busca de uma universidade mais atenta aos desdobramentos globais de suas ações. A ideia é reforçar que a produção de conhecimento deve ser guiada não apenas pelo avanço científico, mas também pelo compromisso com valores humanos universais, como justiça, empatia e solidariedade às vítimas de violência e opressão.

Neste cenário, a FFLCH se comprometeu a recomendar ao Conselho Universitário da USP uma avaliação geral sobre outras parcerias com instituições israelenses, sugerindo ampliar o debate para todas as instâncias da universidade.

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