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Como a COP30 está sendo vista lá fora? Pesquisa Quaest revela impressões internacionais

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Resumo
Uma pesquisa recente do Instituto Quaest jogou luz sobre a forma como a COP30, prestes a acontecer em Belém, está sendo avaliada internacionalmente. O levantamento mostra que o evento enfrenta críticas significativas, principalmente vindas do exterior, com americanas liderando as menções negativas, enquanto o debate sobre estrutura e custos locais repercute fortemente nas redes sociais.

A discussão sobre a COP30, a próxima grande Conferência do Clima que será sediada por Belém, não está restrita apenas ao Brasil — ela já reverbera pelo mundo, mas, a julgar pelas impressões captadas pela Quaest, o entusiasmo ainda não é o esperado. Para muitos estrangeiros, o evento enfrenta desafios sérios de imagem, seja pela infraestrutura, seja pelos valores elevados dos hotéis na cidade anfitriã. Essa percepção negativa, que ganha força especialmente entre norte-americanos, também reflete a postura dos Estados Unidos quanto ao compromisso climático global, marcada por idas e vindas e, por vezes, participações meramente protocolares.

Como a COP30 tem sido recebida fora do Brasil

De acordo com a pesquisa divulgada, quase 40% das menções internacionais sobre a conferência têm um tom negativo. Apenas uma fatia discreta das conversas — pouco mais de 15% — mostra algum otimismo ou expectativa positiva. O restante dos comentários internacionais se mantém neutro, evidenciando uma postura de observação, talvez à espera de definições antes de opinar. Já no cenário doméstico, é perceptível um equilíbrio maior entre críticas, elogios e muita cautela: o brasileiro segue desconfiado, mas ainda com alguma esperança em relação ao evento.

Esse cenário de críticas externas vem majoritariamente dos Estados Unidos, país que, durante a gestão de Donald Trump, se afastou do espírito colaborativo do Acordo de Paris e agora, mesmo com o retorno ao tratado, mantém certa distância e reserva no protagonismo das discussões globais sobre o clima. O desconforto com a infraestrutura de Belém e os custos elevados tornam-se, para muitos estrangeiros, entraves práticos que alimentam desconfianças sobre a capacidade brasileira de sediar um encontro desta magnitude.

Desafios na mesa e decisões de última hora

Além dos desafios logísticos, há também a tensão diplomática envolvendo documentos e decisões que tradicionalmente marcam as COPs, como as chamadas “decisões de capa”. Esses registros, em resumo, permitem que temas não consensuais das negociações ganhem espaço nas resoluções, servindo quase como uma “carta na manga” para evitar que tópicos espinhosos fiquem de fora do documento final. O caso mais notório ocorreu na COP27, quando a presidência egípcia incluiu de última hora dispositivos que favoreciam a indústria do petróleo e gás. Agora, com impasses sobre desmatamento, financiamento e descarbonização, há quem aposte que o Brasil também recorra a essa estratégia.

Vozes da sociedade civil na COP30

Enquanto as atenções se voltam para quem ocupa o palco principal da COP30, a sociedade civil também articula suas demandas de olho nos desdobramentos práticos da conferência. Recentemente, representantes do Conselho Nacional de Saúde reuniram-se na UnB para debater ações e propostas que levem às discussões globais questões ligadas à saúde e meio ambiente. O grupo sistematizou várias frentes de trabalho, desde energia e mobilidade até floresta, agricultura e financiamento de soluções inovadoras – indica o esforço brasileiro para apresentar uma agenda robusta, que valorize não só compromissos internacionais, mas também as necessidades e realidades locais.

Entre críticas e expectativas: o que esperar?

O clima em torno da COP30 espelha uma grande dualidade: de um lado, há desconfiança e cobrança por estrutura; de outro, expectativa de que o Brasil consiga usar a conferência para impulsionar discussões que vão bem além do discurso. As negociações diplomáticas ganham contornos políticos e sociais, e o papel da sociedade civil aparece como aliado na busca por um legado que não se perca na formalidade dos acordos.

Enquanto isso, a repercussão internacional nos mostra que problemas práticos como hospedagem ou mobilidade impactam, sim, as ambições grandiosas de qualquer conferência global. Resta saber se Belém e o Brasil vão conseguir transformar críticas em soluções concretas — e, quem sabe, até surpreender quem mais duvida.

Continue acompanhando nossos conteúdos para entender como os bastidores da COP30 podem afetar o futuro das políticas climáticas e o papel global do Brasil.

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