Ninguém quer ser surpreendido com a notícia de que o celular recém-adquirido pode acabar virando caso de polícia. A realidade, porém, é dura: a Polícia Civil está apertando o cerco contra todas as pontas da cadeia dos crimes envolvendo celulares, inclusive quem compra – ainda que sem saber – aparelhos de origem duvidosa. Entender essa dinâmica é fundamental para evitar transtornos e responsabilizações. Afinal, um bom negócio pode sair caro demais.
Operação Rastreio leva “bronca” judicial para usuários de celulares irregulares
A Operação Rastreio não está para brincadeira: nesta nova etapa, mais de quatro mil pessoas receberam intimações e deverão ir até uma delegacia para devolver celulares usados cuja procedência levantou suspeitas. O prazo é curto: quem não regularizar em até três dias pode enfrentar processos e até responder criminalmente. O alerta da polícia tem recado direto: não basta não roubar, é essencial saber exatamente a origem do que se compra – especialmente quando se trata de eletrônicos.
O que muita gente ignora é que o Código Penal brasileiro prevê pena de um a quatro anos para quem adquire, transporta ou guarda produtos provenientes de crime. Isso vale inclusive quando o sujeito alega desconhecimento da ilicitude. Pior ainda caso o aparelho tenha preço muito abaixo do normal, falta de nota fiscal ou vendedor “fantasma”. Nessas situações, fica difícil convencer a Justiça de que se tratou apenas de inocência. O próprio consumidor passa a ter o dever legal de checar a honestidade do produto.
Como evitar problemas ao comprar celulares usados
Sempre parece tentador economizar, mas vale a máxima: “quando a esmola é demais, o santo desconfia”. Não leve para casa um aparelho sem nota fiscal ou vendido por alguém que não inspira confiança – seja aquele anúncio online suspeito, seja um intermediário anônimo. Comprar celular muito barato pode parecer vantajoso, até que a polícia bata à porta. A recomendação é ficar atento a sinais, exigir comprovantes, pesquisar o IMEI do aparelho nos bancos oficiais e evitar agir por impulso.
Segundo especialistas em direito penal, a devolução espontânea pode ajudar quem, sem saber, entrou na rota do crime ao adquirir um celular irregular. Entregar o aparelho e colaborar com as investigações pode evitar dores de cabeça maiores, inclusive processos judiciais. O objetivo da ação, além de punir quem lucra com o crime, é conscientizar toda a população sobre seu papel na redução do problema.
Balanço da Operação Rastreio e impactos para o consumidor
Desde que começou, ainda em maio, a Operação já apreendeu quase seis mil celulares e resultou em 420 detenções. Um número significativo, já que 85% dos presos foram enquadrados justamente pela receptação dos aparelhos e não pelo roubo em si. Os dispositivos recuperados passam por perícia para identificar os donos e, sempre que possível, são devolvidos a quem realmente perdeu – mostrando que vale sim lutar por justiça e prestar queixa.
Esse cenário é um tom de alerta para o consumidor: é indispensável verificar a procedência do eletrônico desejado. Pensar duas vezes antes de partir para ofertas mirabolantes é garantir sua tranquilidade e até do bolso.
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