Ao destacar a força dos laços entre Pequim e Pyongyang, as lideranças enviam ao mundo uma mensagem clara: a aliança entre as nações permanece firme – e não é circunstancial. Essa aproximação, protagonizada por dois países com históricos autocráticos, tem impacto direto no equilíbrio geopolítico da Ásia e afeta interesses de potências ocidentais, como os EUA, em temas delicados como Taiwan e estabilidade regional.
China chama Coreia do Norte de aliada estratégica em rara declaração pública
Durante as festividades pelo aniversário do partido de Kim Jong-un, a capital norte-coreana recebeu o primeiro-ministro chinês Li Qiang. O encontro foi mais do que simbólico: tratou-se de uma oportunidade para fortalecer diálogos e alavancar uma cooperação que, segundo Li, atravessa gerações e se mantém como prioridade permanente do governo chinês.
O premiê fez questão de ressaltar que Pequim não apenas valoriza, mas considera como “fundamental” a manutenção e aprofundamento dos laços com Pyongyang, tratando o tema como algo que vai além de conjunturas momentâneas. O relacionamento é enxergado sob uma ótica de longo prazo, servindo de pilar estratégico na política externa da China.
Diplomacia às claras e recado ao Ocidente
Em um gesto de reciprocidade, Kim Jong-un reforçou o comprometimento do país asiático com valores caros a Pequim, como o princípio de uma só China. Esse posicionamento é um recado para o Ocidente, especialmente para Washington, que costuma apoiar as intenções separatistas em Taiwan. Ao rejeitar a independência da ilha, o líder norte-coreano reforça sua proximidade diplomática a Pequim, contribuindo para criar um bloco de resistência frente ao avanço de influências contrárias na região.
Ambos os líderes classificaram a relação entre China e Coreia do Norte como “inquebrável” e afirmaram publicamente que, independentemente das mudanças na política internacional, a parceria seguirá servindo aos interesses mutuos e à estabilidade no nordeste asiático.
Impactos dessa aproximação para o cenário internacional
A troca de acenos entre os dois países sinaliza algo maior do que a simples manutenção de uma amizade tradicional. Numa época marcada por tensões globais e disputas de influência entre grandes potências, a construção desse “eixo” serve como contraponto às articulações de países alinhados ao Ocidente. Cada gesto público de apoio se torna estratégica moeda de troca – principalmente quando assuntos delicados, como a soberania de Taiwan ou o programa nuclear norte-coreano, entram em pauta.
Para a região, o fortalecimento dessa aliança pode representar tanto oportunidades quanto desafios adicionais em busca de estabilidade. Num tabuleiro onde cada movimento é cuidadosamente observado, Pequim e Pyongyang buscam, juntos, ampliar suas margens de manobra e proteção diante das pressões internacionais.
Fique por dentro de outros desdobramentos e continue acompanhando as movimentações do cenário internacional em nossos conteúdos exclusivos.